Associo-me naturalmente ao luto pela morte de Mário Soares.
Os minutos de silêncio preenchê-los-ei com uma afirmação de princÃpios sua, das muitas que fez ao longo de toda uma vida tão cheia, e com o som da Internacional Socialista. E no jogo das palavras e das metáforas, dele se poderá sempre dizer que não era como um democrata, mas sim o democrata.
«Que continuem os nossos adversários com os seus processos historicamente condenados. Que cheguem à s mais degradantes violências, à s piores injúrias. Que sejam até ao fim vÃtimas de si próprios, das suas próprias naturezas e instintos. Nós saberemos manter-nos, serenamente, corajosamente. A consciência nacional, por mais adormecida que pareça, nos julgará – a nós e a eles. E venceremos.» Palavras retiradas do seu Manifesto à Juventude, corria o mês de Março de 1947. O que nos ensinou ficará para sempre.
A pé, ó vÃtimas da fome
Não mais, não mais a servidão
Que já não há força que dome
A força da nossa razão
Pedra a pedra, rua o passado
A pé, trabalhadores irmãos!
Que o mundo vai ser transformado
Por nossas mãos, por nossas mãos.
Â
(refrão)
Bem unidos façamos,
Nesta luta final,
Uma terra sem amos
A Internacional.
Â
Não mais, não mais o tempo imundo
Em que se é o que se tem
Não mais o rico todo o mundo
E o pobre menos que ninguém
Nunca mais o ser feito de haveres
Enquanto os seres são desfeitos
Não mais direitos sem deveres
Não mais deveres sem direitos.
Â
(refrão)
Já fomos Grécia e fomos Roma
Tudo fizemos, nada temos
Só a pobreza que é a soma
Dessa riqueza que fizemos
Nunca mais no campo de batalha
Irmãos se voltem contra irmãos
Não mais suor de quem trabalha
Floresça em fruto noutras mãos.
(refrão)
|