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Eduardo Luciano - O valor do trabalho e a desvalorização dos trabalhadores
Quinta, 15 Dezembro 2016 09:41

Lá fora estão sete graus negativos. Lá dentro estão milhares de trabalhadores a trabalhar debaixo de uma intensa pressão, condicionados a ritmos e horários de trabalho quase desumanos.

Estamos em Dunfermline, na Escócia, e alguns dos trabalhadores, quando sairem do local de trabalho irão descansar em tendas instaladas na floresta que rodeia as instalações da empresa.

A razão é simples, com o salário que a empresa paga aos seus trabalhadores semanalmente, não compensa pagar o transporte diário para casa, que é fornecido pela própria empresa.

A notícia, divulgada pelo jornal britânico The Courier, revela um mundo de relações laborais cada vez mais desequilibradas e desreguladas, onde a intensificação da exploração dos trabalhadores é a regra, em função da obtenção do máximo lucro.

A empresa em questão, um gigante mundial do comércio electrónico, emprega naquela unidade cerca de 1400 trabalhadores de forma permanente e 4000 trabalhadores temporários, contratados para estas últimas semanas do ano.

Para os trabalhadores que aceitaram, sob anonimato, prestar declarações ao jornal britânico, as condições de trabalho são miseráveis e os salários indignos. Para o representante da empresa os salários dos “colaboradores” são competitivos.

Os horários de trabalho, que chegam a atingir as 60 horas semanais, por pouco mais que o salário mínimo, não permitem aos trabalhadores ter vida para além da mera sobrevivência.

É assim na Amazon, na Escócia, mas também é assim nalgumas empresas em Portugal, onde a normalidade é pagar o salário mínimo, contratar a meio tempo, exigir horários de tempo inteiro e atirar o pagamento do diferencial para um banco de horas que raramente é usado.

A exploração como normalidade, a competividade assente em salários de miséria e horários de trabalho elásticos em função das necessidades de lucro das empresas, a precariedade como instrumento de pressão, é um caminho que alguns assumem ser um mero sinal dos tempos.

Não há sinais nem marcas dos tempos. Os ganhos nesta desequilibrada contenda conquistam-se através da luta diária, sem concessões a taticismos de ocasião.

Só assim, os tempos mudarão de sinais e de marcas.

Até para a semana

 
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