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A dÃvida pública mostra novamente sinais de crescimento, o que não deixa de ser um factor de preocupação.
O FMI prevê que a dÃvida pública atinja os 131% do PIB no final de 2016, entendendo o presidente do Eurogrupo que Portugal é capaz de gerir a sua própria divida, razão pela qual rejeita eventuais renegociações.
Portugal entre 2000 e 2010 viveu numa lógica de permanente aumento do endividamento, ao ponto de hoje ser um dos mais sérios problemas do paÃs, e onde se gasta parte dos recursos no pagamento dos encargos gerados pela dÃvida, ou seja, em juros.É fácil aumentar a dÃvida, o difÃcil é pagá-la.Mas este problema, que atingiu elevada dimensão, terá que ser reduzido, e o caminho terá que passar pela amortização da dÃvida.
Não fossem os baixÃssimos crescimentos económicos de Portugal, os reais e os previsionais, e o dilema da divida não seria tão problemático.Temos bem presente que as forças mais à esquerda pretendem renegociar a dÃvida.
Contudo, pese embora seja uma prática corrente a gestão da divida por via da gestão das maturidades, se for para criar novos alongamentos dos prazos de pagamento será apenas para empurrar o problema, não para o resolver.
As gerações mais novas devem julgar esta (falsa) solução. Se pretendem perdão de dÃvida é para enfraquecer o paÃs, ficaremos ainda mais débeis perante os nossos credores e muito menos confiáveis. Se é por uma questão de taxas de juros, elas têm sido definidas com a graça do BCE, razão pela qual, ainda assim, apresentam taxas suportáveis - tenhamos a memória suficiente para recuar uns anos atrás, para nos lembramos do drama que Portugal passou quando necessitava de recorrer aos mercados para se financiar, e as taxas que lhe eram aplicadas).
Certamente não nos queremos comparar com a Grécia, um dos paÃses com maior divida % PIB, e que os ministros das Finanças da zona euro concordaram em aplicar novas medidas, de forma a permitir a gestão da divida grega e para que a Grécia possa assegurar os pagamentos aos credores.Mas Portugal tem que ser pessoa de bem. Tem que cumprir com o que se comprometeu.Tem que ser feito o esforço que permita reduzir divida, porque ao fazê-lo reduz o problema da dÃvida pública, reduz nos encargos com juros e, consequentemente, cria melhores condições de futuro para o paÃs.Estamos na Europa e é integrado nas regras europeias que Portugal terá que mover-se.O que temos assistido não passa de mera conversa em redor deste problema, mas nada se faz em concreto para o resolver, bem pelo contrário.Até para a semana.
Rui Mendes
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